Onyx Lorenzoni, ex-ministro de Jair Bolsonaro, declarou à CPI do INSS nesta quinta-feira (6) que não conhece Felipe Macedo Gomes, empresário investigado no escândalo de fraudes à Previdência Social que doou R$ 60 mil para sua campanha ao governo do Rio Grande do Sul em 2022 e ex-dirigente da Amar Brasil.

Lorenzoni informou à CPI que sua campanha em 2022 recebeu cerca de 115 doações de pessoas físicas, e que ele não conhece a maioria desses doadores, afirmando: "Dos meus 115 doadores, eu não conheço mais de 30% ou 35%. Nunca vi esse cidadão, não sei quem é. E outra coisa: nunca pedi dinheiro para bandido. Sou diferente, muito diferente."

Durante a oitiva, Onyx também afirmou desconhecer Antônio Carlos Camilo Antunes, o 'Careca do INSS', e o empresário Maurício Camisotti, ambos apontados como peças cruciais para operacionalizar o esquema.

Felipe Macedo Gomes já foi apontado pelo relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), como o responsável por quatro entidades que, juntas, receberam cerca de R$ 700 milhões dos descontos associativos entre 2022 e 2025, sendo que a Amar Brasil recebeu a maior fatia neste período - cerca de R$ 300 milhões.

O ex-ministro também expressou confiança em seu filho, Pietro Lorenzoni, que atuou como advogado de uma entidade apontada como uma das autoras de cobranças ilegais a aposentados, e a citação de Lorenzoni e do deputado federal Fausto Pinato em relação a este esquema levou os inquéritos da Polícia Federal a serem remetidos ao STF devido ao foro especial dos mencionados.